quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Texto de Estudo Interequipes 2012 - Retirado do Livro "Padre Caffarel - Centelhas de sua Mensagem" Paginas 82,83,84,123 e 124"



DEPOIS DE TER ESCUTADO O PAPA PAULO VI

(Somente vossa união pessoal e profunda com Cristo, diz Paulo VI, assegurará a fecundidade de vosso apostolado, seja este qual for)

Estamos no dia 15 de outubro de 1967.  Dois mil e quinhentos seculares de todos os países participantes da Missa concelebrada pelo Papa e por vinte e quatro cardeais ou bispos, na Basílica de São Pedro. Paulo VI dirige umas vibrantes palavras a seu vasto auditório. Lembra que a vocação cristã é também a vocação do apostolado, que o leigo cristão não é somente cidadão do mundo, e como tal obrigado a prosseguir a construção deste mundo por seu compromisso nas tarefas temporais, mas é também cidadão da igreja, que participa da função sacerdotal, profética e real de Cristo e que, por este título, deve cooperar com o progresso e a santificação da Igreja, sob a direção da hierarquia, instituída por  Cristo para ensinar, santificar, governar o povo de Deus.
Os jornais tem feito eco, muito palidamente sem dúvida, destas ideias do Papa. Mas muito poucas, inclusive entre as publicações católicas, tem destacado as últimas palavras deste importante discurso, como se não fossem outra coisa além de um lugar comum, a alocução edificante e obrigatória de um pregador. E na realidade essas palavras são essenciais: sublinham a única condição em que a ação do cristão pode ser  fecunda, com uma fecundidade sobrenatural. Para que se esforçar na ação, se resulta inútil?
O que, pois, segundo o Papa, assegura a eficácia da ação do leigo cristão? A união com Cristo! “ Unicamente vossa união pessoal e profunda com Cristo, diz Paulo VI, assegurará a fecundidade de vosso apostolado, seja este qual for”.  Como devemos entender isto?
Sabemos como:  A adesão do cristão a Cristo é uma coisa muito diferente daquela união moral entre dois amigos que asseguram mutuamente seu afeto e sua união de pensamento. Com o objetivo de nos fazer compreender em que consiste, Cristo faz a comparação da videira e os sarmentos: o cristão vive de Cristo, vive para Cristo e em Cristo, e rios  de água viva brotam Dele. Tão íntima é sua união,  que São Paulo pode escrever:  “ Vivo, mas já não sou eu quem vive, é Cristo quem vive em mim”.
De que modo se realizará  esta união para que seja mais estreita e íntima que qualquer outra das uniões humanas? Paulo VI  responde precisamente que é necessário ir ao encontro de Cristo, que nos fala por meio da Escritura e nos comunica sua vida pelos Sacramentos.
Basta falar de recorrer à Palavra e aos Sacramentos?  Os sermões, em geral, terminam com  isto. Mas, o Santo Padre prossegue e exorta a multidão de leigos, que o escuta avidamente, para a oração. E não tão somente à oração vocal ou à oração litúrgica, não somente à meditação, mas a oração pessoal e silenciosa.  Sem dúvida, a razão pela qual usa estes dois vocábulos é para que ninguém interprete mal seu pensamento. Pessoal e silenciosa é a oração, no sentido de que o cristão se compromete nela, compromete o seu ser mais íntimo, e o faz além das palavras e dos conceitos, no silêncio do fundo da alma, ali onde reside o Deus vivo, que chama e espera seu Filho, a fim de se fazer conhecer por ele.
E observem que o Papa não vacila em declarar aos homens e às mulheres de todas as raças, de todas as culturas, que a oração é atividade insubstituível. Estão ouvindo? Insubstituível.
Poderão seguir pensando os leigos que a oração é coisa de monges, que não tem nada a ver com a mãe de família, nem com o homem de negócios, nem com o sindicalista, nem com o militante da ação católica?
E eis que de novo sinto suscitar em mim a questão que às vezes volta penetrante como um remorso: Será que fiz mal em não introduzir entre as obrigações da Carta a oração diária, como havia pensado, como me empurravam a fazê-lo muitos casais dos primeiros tempos?  Renunciei a isso para não correr o risco de afastar do movimento os casais que davam seus primeiros passos na  vida cristã.  Mas, tinha a firme esperança de que o Casal Responsável da Equipe, ao apreciar o bem que a oração diária produz, saberia despertar o desejo dela entre os membros de sua Equipe. Creio que, de qualquer maneira, o progresso na vida cristã e apostólica faria descobrir a necessidade da oração. Mas, verifico que muitos membros das Equipes ainda não fizeram este descobrimento. E a exortação vigorosa e solene do Papa, vocês escutaram?
Que renovação de vida cristã pessoal, de vitalidade conjugal e familiar e também de vitalidade de nossas equipes  seria possível esperar, se, com um espírito de amor filial e de docilidade, todos os membros do Movimento tomassem a sério o chamado urgente de  Paulo VI na direção da oração!

Páginas 82, 83 e 84.

ESPIRITUALIDADE DE INTERESSADOS
(Estamos aqui para Dar e não para RECEBER.)

Alguns meses de vida conjunta, e logo depois ... decepção.
Tinham-se casado para Receber e não para Dar. Depois de alguns anos de entusiasmo, este militante abandona seu grupo de Ação Católica:  “ Já não me serve de nada”. Outro que está mais preocupado em receber do que em dar.
Um casal jovem parte para a América do sul. Suas palavras de despedida são:
“ Já não é possível conseguir na Europa uma vida com um pouco mais de folga”.
Um governo decide um novo imposto. Adota medidas de superação, de contensão? Por todas as partes surgem reivindicações. Não se coloca a questão de saber se isso é exigido pelo interesse do país:  “Me incomoda. Por isso o deixo.”
A  lista seria interminável.
Inclusive com Deus, a gente vai para receber, não para dar: “Para que continuar comungando e confessando? Não me serve de nada”.
E a mulher perde seu amor pelo lar, o militante o amor a seu movimento, o fiel à sua paróquia, o cidadão a seu país, o homem a seu Criador.
Raça de aproveitadores. Seu apego se mede pelo seu interesse.
Nem sequer têm a franqueza de reconhecê-lo: criticam e  acusam os demais.
Não é minha intenção propor um amplo exame de consciência: em meu lar, em minha paróquia, em minha profissão, em meu país, na Igreja, sou parasita ou sou um bom operário? Não seria sério tratar deste problema tão importante em um breve texto escrito.
Vou, mais modestamente, convidar cada casal a se perguntar: por que ingressei nas Equipes?  Para das ou para receber?
Por isso, dirijo-me a cada Equipe: por que aderiram ao Movimento? Unicamente para encontrar uns temas de trabalho já preparados,  receber um boletim, aproveitar  a experiência dos demais? Neste caso não estão no lugar certo. Meditem esta página de Saint Exupéry em  “Piloto de guerra”.
“Já não habitava como arquiteto desta comunidade de homens. Aproveitava-me de sua paz, de sua tolerância, de seu bem estar. Não sabia nada dela, salvo que a habitava como um interessado. Portanto como parasita, como vencido. Assim  são os passageiros do barco. Utilizam o barco sem contribuir com nada. Ao abrigo de seus salões, que consideram marco absoluto, prosseguem seus jogos. Ignoram o trabalho das rodas de proa sob o peso eterno da tempestade. Com que direito reclamariam se a tempestade desmantelasse o seu barco?”
Mas se respondem: “Queremos participar da importante  tarefa que as Equipes de Nossa Senhora tem empreendido, de instaurar o reino de Cristo nos lares, de conseguir que a santidade crie raízes em pleno mundo moderno e não seja privilégio de monges, de formar bons operários da cidade e apóstolos robustos de Cristo”, então estão no lugar certo. Sua Equipe será útil às demais.
Receberá de todos; já que temos que insistir reiteradamente sobre esta verdade primordial: aquele que vem para receber voltará com as mãos vazias; aquele que vem para dar acaba  encontrando.
Se vocês captaram o espírito das Equipes, não lhes será difícil aceitar sua disciplina. Sua reação não será: tal regra nos incomoda e por isso nos rebelamos. Mas, sim: esta obrigação é útil para uma boa marcha do movimento. Por isso, vamos cumpri-la da melhor maneira possível.
E agora, meus amigos, compreendem por que não podemos admitir que as equipes adotem as regras da Carta segundo seu capricho?  Não se trata de que por si mesma tal o qual infração represente uma catástrofe:  fazer o “dever de sentar-se”  somente a cada três meses, não responder por escrito o tema da reunião, descuidar da regra de vida, esquecer a contribuição mensal. Mas é um sintoma, e isto é grave, e por causa disso achamos que essa Equipe não está no lugar certo.

Páginas 123 e 124.

Pergunta: Cientes deste pensamento, como conciliamos o tempo, no nosso dia a dia, todos os nossos compromissos da vida profissional,  de casal,  familiar,   comunitária, equipista e cristã?   Quais são as nossas prioridades?  Como a ajuda mútua em nossa equipe de base, ou a equipe do colegiado (setor ou região, para os casais em serviço) tem contribuído em nosso crescimento?


Ao darmos nosso SIM ao movimento das ENS não estamos simplesmente aceitando participar da “reunião de amigos”, mas assumindo um estilo de vida, uma vivência plena do sacramento do Matrimônio conforme a vontade do Pai. Uma vida de oração, formação, testemunho, vivência em comunidade, uma vida missionária. Ou seja, cada uma de nossas “obrigações” fazem parte de um contexto maior, que os casais, juntamente com o Sacerdote Conselheiro Espiritual vão descobrindo em sua caminhada.

A resposta deve ser entregue ao Casal Responsável pela Interequipes(casal animador) que repassará para o CRS.